Com as suas 70 propostas, entre as quais se incluem trabalhos históricos e mais de 30 novas comissões [ou coproduções], e espalhada por seis localizações na cidade de Berlim, a 12.ª edição da Bienal aponta a responsabilidade do atual modelo dominante — bem como a sua relutância em assumi-la — na produção deste "mundo de feridas". Em consequência, as vítimas efetivas são aquelas que não se encaixam no mito de uma sociedade homogénea: estrangeiros; pessoas de fés, religiões e orientações sexuais diferentes, com estilos de vida distintos; aqueles que sofrem de condições mentais; mulheres; os pobres; os colonizados; os sem-abrigo; e por aí adiante — "A lista daquilo que o projeto capitalista destruiu é infindável", diz Attia. Como se não bastasse, as situações destas pessoas são ignoradas, tornadas invisíveis, e é exatamente isso que esta exposição pretende fazer: evidenciar o mecanismo da negação e o seu aproveitamento enquanto forma de controlo. Há já mais de 20 anos que Attia trabalha questões relacionadas com reparações materiais e imateriais, valendo-se das obras de uma luxuosa lista de pensadores que inclui Franz Fanon, que cita, dizendo que "Sonhar é anticolonial"; o filósofo francês Daniel Bougnoux, com a sua indagação sobre o tipo de máquinas que poderão ser usadas para nos desacelerar; e a psicanalista argelina Karima Lazali, com a sua obra sobre a problemática da invisibilização.
Com as suas 70 propostas, entre as quais se incluem trabalhos históricos e mais de 30 novas comissões [ou coproduções], e espalhada por seis localizações na cidade de Berlim, a 12.ª edição da Bienal aponta a responsabilidade do atual modelo dominante — bem como a sua relutância em assumi-la — na produção deste "mundo de feridas". Em consequência, as vítimas efetivas são aquelas que não se encaixam no mito de uma sociedade homogénea: estrangeiros; pessoas de fés, religiões e orientações sexuais diferentes, com estilos de vida distintos; aqueles que sofrem de condições mentais; mulheres; os pobres; os colonizados; os sem-abrigo; e por aí adiante — "A lista daquilo que o projeto capitalista destruiu é infindável", diz Attia. Como se não bastasse, as situações destas pessoas são ignoradas, tornadas invisíveis, e é exatamente isso que esta exposição pretende fazer: evidenciar o mecanismo da negação e o seu aproveitamento enquanto forma de controlo. Há já mais de 20 anos que Attia trabalha questões relacionadas com reparações materiais e imateriais, valendo-se das obras de uma luxuosa lista de pensadores que inclui Franz Fanon, que cita, dizendo que "Sonhar é anticolonial"; o filósofo francês Daniel Bougnoux, com a sua indagação sobre o tipo de máquinas que poderão ser usadas para nos desacelerar; e a psicanalista argelina Karima Lazali, com a sua obra sobre a problemática da invisibilização.